Eita cerrado quente,
Secura rachando os lábios
O crânio esquenta por dentro
O calango dá um salto
E a poeira fica entre os dentes.
Agosto, Setembro, Outubro.
O redemoinho gira no centro
A poeira reveste a gola
E a saliva vira cimento.
Olhando pro céu limpinho
Dá uma tontura danada
É céu pra tanto lado
Que a nuvem não vê morada.
No asfalto, feito miragem,
Brilha um rio fervente.
E o que se vê entre os blocos
É Calango virando gente.
Humberto Firmo
Nenhum comentário:
Postar um comentário