O riacho agora está seco
Um fio sustenta o corpo
A sede por demais é Vera
E o ardor desejo se agiganta
Uma lembrança de pote e cacimba
Imaginação da fartura que houvera.
A notícia de morte é farta
Por cada canto um corpo cai.
Deita-se pra nunca mais.
Um filete ainda resta
Sustenta o último corpo tombado
E a sede penetra a carne
Secando a última quimera.
O olhar se perde na distância
Mirando um nada, um nada seco que cobre tudo.
Lentamente a visão murcha
A fraqueza sobrepõe a fé
E é nesse momento que se ouve,
do vencido, o último suspiro.
(Humberto Firmo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário