Foto: Parque da Cidade - Brasília
Harry Firmo
Ídolos de íons
ídolos de barro
adoradores de fogo
adoradores de cruz.
Espetos, gemidos, o crescimento dos rabos.
Amor traído, pressa, ciúme, outro que não conheço.
O inimigo espreita a porta, dorme ao fundo
observando o movimento suspeito.
Um estupro na esquina, outro no capela
um padre que respira o pó da ressurreição.
O caminho errado, dobrado na esquina
Viver é a contra-mão do destino
A morte lava as mãos na escravidão.
Os clientes são os mesmos:
a pedra espetacular da ganância,
o manuseio doméstico das mulheres,
o enriquecer desonesto das corporações,
o estabelecimento invadindo a vida privada,
o aperto da voz sufocando as idéias.
Há um verme habitando o silêncio.
Humberto Firmo
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