O oráculo – Mutações II
(Humberto Firmo)
Com a mão aberta se vê a linha do destino.
É preciso deixar limpo o longo caminho.
Ler um bom livro pode mudar a adversidade.
Por sobre as nuvens há estrelas e sol.
É previdente guardar flechas sobressalentes.
Na hora da necessidade, a prudência traz boa sorte.
Água sobre terra. Não há obstáculos.
O que está embaixo é como o que está em cima.
O sol é o pai. A lua é a mãe.
As quatro partes do mundo estão montadas.
O Tao pronunciado não é o verdadeiro Tao.
É aconselhável o caminho do meio.
Os quatro candeeiros estão no mundo.
Em cada canto uma luz acesa.
A voz das grandes águas clama às esferas
Um fogo sobe da terra e atinge o céu.
A ignição dos pólos dá forma à aliança.
Na hora nona a chave é encontrada.
O fraco sobrepuja o forte
E o forte entende a sua superioridade.
O medo não habita os sensatos.
O três vezes grande percebe o caminho e segue.
O que está em cima e como o que está embaixo.
O sutil penetra o sólido e o círculo se completa.
Os sinais vagam sobre as águas, os pés postos ao chão.
O caminho, o caminhar e o caminhante são um só.
Quatro luas depois, chega a maior idade.
Os bons fluídos voltam a circular.
Hospedar o forasteiro é sinal de fé e amizade.
Boa energia ao limpar o terreno baldio.
Devota tuas orações ao amanhecer do dia.
O escapulário é proteção e benefício.
O primeiro chegará e o último será louvado.
Há dignidade nas sandálias que calças.
Desperta! Anda! O semeador está de pé.
Há bem-aventurança ao cruzar a senda.
Caminhos abertos. O sol e a lua em Câncer.
Abrir a porta fará entrar a brisa que vem do mar.
Carregar o talismã é sinal de juízo e proteção.
Magia ativa. O amuleto afastará os malefícios.
O poder mágico está sob o domínio do justo.
Diz o oráculo: Vencerás!
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