Humberto Firmo - Calango do Cerrado
28 de out. de 2013
Mais um poeminha chato...
estes merdas estão chegando sobre nós
e você não percebe
a cada dia a ratoeira está armada
toda noite vejo uma figura sobre nós
e você não percebe
estamos dormindo na calada?
de dia transfiguram-se de gente
e nós nem percebemos
há vulto por trás das cortinas.
a sala urbana, com suas luzes,
está nos afogando em outdoors
mídia óbvia para cegos.
de quando em quando subimos pra respirar
mas o ar é contagiante, cheio de sons
e só ouvimos gritos distantes.
mas hoje a sala está repleta
cheia de gentes como nós:
acéfalos e vertebrados doentes.
quero o escuro, isso abranda meus olhos
melhor fugir, escapulir...
mas pra onde?
Humberto Firmo
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