Humberto Firmo - Calango do Cerrado

25 de abr. de 2012

Lirismo


Cronoscopia

As horas passam
E na crucificação do tempo
Morre de velho
O último desejo.

Crônos, o senhor do século,
Organiza a mazela do destino.
E, como um asno a puxar entulhos,
Vai carregando os dias
Na miserabilidade do milênio.

Tempo, tempo, tempo...
Eis a história dos humanos
Que no correr veloz das eras,
Crucificam-se, feito bestas,
Aos ponteiros do relógio.

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